Reabilitação Cognitiva pós-AVC
Reabilitação pós Acidente Vascular Cerebral ou Encefálico
O Acidente Vascular Cerebral AVC ou Acidente Vascular Encefálico AVE já atinge 15 milhões de pessoas por ano e apresenta nas duas primeiras semanas disfunções cognitivas na: memória, funções executivas, velocidade de processamento de informações, linguagem, e habilidades visuo-espaciais (Linde et al 2005).
Esses déficits cognitivos impactam negativamente os resultados de longo prazo, afetando a independência, integração na comunidade e qualidade de vida do paciente.
Outras comorbidades prevalentes após o evento são depressão, ansiedade, irritabilidade, agitação, distúrbios alimentares e apatia.
A triagem para transtornos do humor deve envolver tanto a triagem de depressão quanto de ansiedade, e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) foi encontrada como ferramenta disponível para rastrear com precisão ambos (Burton e Tyson 2015), com nota de corte 7. Além disso, o impacto das deficiências cognitivas no funcionamento da vida diária deve ser determinado, em todos os níveis da Classificação Internacional de Funcionamento (CIF, OMS).
Outra característica do pós-AVC é a alteração da personalidade do paciente, com aumento no neuroticismo, pessimismo, enfrentamento passivo e desamparo, e menos sinais de extroversão (Van Mierlo et al. 2015).
Atividades físicas aeróbicas e de força apresentaram bons resultados em ensaios clínicos pós-AVC.
Embora muitos estudos estejam em andamento com intervenções cerebrais não invasivas, as abordagens compensatórias para a reabilitação cognitiva ainda são as mais eficazes para melhorar o funcionamento cognitivo após acidente vascular cerebral e são mais frequentemente aplicados em prática clínica (Wilson et al. 2017).
Outra modalidade de reabilitação que apresentou resultados positivos nas pesquisas é a reabilitação holística Diller (1976), Ben-Yishay (1978) and Prigatano (1986), composta em etapas:
- (1) aumentar a consciência do indivíduo sobre o que aconteceu com ele ou com ela,
- (2) aumentando a aceitação e compreensão do que aconteceu,
- (3) fornecendo estratégias ou exercícios para reduzir problemas cognitivos,
- (4) desenvolver habilidades compensatórias e
- (5) fornecer aconselhamento em terapia em grupo e individual.
Intervenções
Recomendável aumento do engajamento com atividades cognitivas para melhorar atenção, memória, e funções executivas.
- o aumento de coordenação motora afeta diretamente a parte cognitiva.
- uso de estratégias de treino cognitivo que consideram pratica, compensação e técnicas adaptativas para aumentar a independência.
- uso de estratégias compensatórias par melhor memória incluindo estratégias internalizastes (imagem visual, organização semântica) e externalizantes (anotação, agenda etc.).
- treino especifico de memória para promover processamento global e memoria visuo-espacial e construção semântica.
- musicoterapia para melhorar memória verbal.