Os filhos no divórcio

14/09/2021

O fim de um relacionamento nunca é fácil ou simples, principalmente se não houver um acordo entre os envolvidos. A presença de crianças decorrentes desses relacionamentos agravam ainda mais a situação.

Infelizmente nem todos possuem uma boa maturidade emocional para lidar com relacionamentos interpessoais, sejam profissionais ou  amorosos.

Essa habilidade que deveria ser adquirida em parte em nossos lares e em parte no campo da socialização escolar ainda é muito deficitária, pois ao longo dos anos escolares e conforme nosso próprio desenvolvimento, vamos adquirindo novas experiências sobre nós mesmos e nosso mundo.

 Levamos para a vida todas as experiências recebidas, influenciados muito pelo modo como fomos criados em nossos lares e como lidamos com os outros.

Algumas pessoas conseguem lidar melhor com tais situações sabendo expressar corretamente seus sentimentos de modo mais assertivos e usando a habilidade da comunicação para obter melhores resultados.

Outras, no entanto, sem tanta habilidade social, acabam se colocando em situações menos assertivas, por não conseguirem expressar corretamente seus pensamentos, sentimentos e desejos.

Desse modo, o término de um relacionamento pode ser menos doloroso nas hipóteses em que exista diálogo entre o casal e ambos reconheçam que  talvez o término do relacionamento seja um novo capítulo em suas vidas a ser escrito. 

Contudo, já para as pessoas sem tanto suporte emocional esse término pode ser muito doloroso e causar consequências não apenas na vida dos envolvidos, mas na de seus filhos.

Já vimos em posts anteriores como a vida em família pode contribuir com a autoestima de seu filhos, e da mesma forma lares desestruturados também afetam diretamente sua vida, seja no aspecto financeiro, cujo suporte passará a ser representado por uma parte de uma pensão alimentícia a ser estabelecida pela justiça, seja emocional quando a criança sente-se culpada pelo fim do relacionamento, ou quando o casal se torna incapaz de estabelecer um padrão mínimo de convivência após a separação judicial, confundindo o fim da conjugalidade com o da parentalidade.

Algumas vezes o curso do processo de divórcio pode conter muitos sentimentos negativos: ódio, rancor, ansiedade, tristeza e depressão, estudos indicam que tais sentimentos reduzem aproximadamente em 80% dos casso ao passar dos anos, porém 20% (vinte por cento) dos casais continuam manifestando esses sintomas por mais tempo.  (Deutsch & Pruett, 2009; ; Hetherington & Kelly, 2002; Johnston, Roseby, & Kuehnle, 2009).

Coincidentemente esse mesmo percentual de casais acabam apresentando mais dificuldade em estabelecer as novas regras de convivências com seus filhos, gerando diversas disputas judiciais a esse respeito, queixas de violência doméstica, alienação parental, entre outras tantas, que acabam causando mais marcas e cicatrizes nos envolvidos.

Portanto é sempre aconselhado que as pessoas nessa situação busquem auxilio em suas redes de apoio, bem como apoio profissional para lhe ajudar a lidar com as emoções e sentimentos dessa nova fase da vida, permitindo que suas ações e escolhas representem o melhor interesse para seus filhos.